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Solenidade de Corpus Christi

“Peçamos a Deus que nunca nos falte este Pão vivo e verdadeiro, que é o seu próprio Filho”

A solenidade de Corpus Christi foi instituída na Diocese de Liège, na Bélgica, no ano de 1246. O Papa Urbano IV instituiu a referida festa a toda Igreja. O papa, que residia em Orvieto, ao ver o corporal do milagre eucarístico na procissão, pronunciou diante da relíquia eucarística a expressão: “Corpus Christi” (o Corpo de Cristo). E em 1264 prescreveu que a festa fosse na quinta-feira após a oitava de Pentecostes. Na verdade, o papa Urbano IV concretizou o pedido que Jesus fizera a Santa Juliana de Cornillon, solicitando uma festa litúrgica anual em honra da Sagrada Eucaristia. A primeira procissão eucarística ocorreu em 1247, em Liège, envolvendo toda a diocese. Em 1317, o Papa João XXII publicou uma constituição expressando o dever de levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas.

Na celebração de Corpus Christi nós rendemos graças a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor Jesus se dá a nós como alimento de vida Eterna. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Proclamamos a fé na presença real de Jesus Cristo nos Dons Eucarísticos. O Concílio Vaticano II dirá: “O nosso Salvador instituiu na última Ceia, na noite em que foi entregue, o sacrifício Eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até ele voltar, o Sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição” (SC, n. 47). Também dirá São João Paulo II: “Nos sinais humildes do pão e do vinho transubstanciados no seu Corpo e no seu Sangue, Cristo caminha conosco, como nossa força e nosso viático, e torna-nos testemunhas de esperança para todos” (Ecclesia de Eucaristia, n. 62). A Igreja nos convida hoje a unirmos os nossos corações em gratidão e adoração ao Mistério Eucarístico, tanto na missa quanto na procissão que faremos. Ele é nossa Páscoa e nossa vida.

A Eucaristia é o centro e o ápice da vida da Igreja. É o memorial da Páscoa de Cristo, isto é, da obra redentora realizada no Mistério Pascal; para obter de Deus os benefícios espirituais e temporais. É o ápice e a fonte de todo culto e vida cristã. Por ela se realiza a unidade do Povo de Deus. Hoje é verdadeiramente a festa da unidade. Todos os sacramentos, toda nossa vida e ações pastorais e missionárias da Igreja a ela se ordenam. A Igreja reza também hoje pelo Brasil, que precisa de unidade e de paz. Quem comunga do Corpo do Senhor não pode deixar de ser artífice da unidade e da paz. Que o Pão Eucarístico nos cure do fomento das discórdias e divisões; que nos desperte para a alegria de nos amarmos sem rivalidades, nem invejas, nem murmurações maldizentes (Cf. Papa Francisco, Festa de Corpus Christi, 2017). Convidamos todos à oração e o compromisso na busca de um Brasil solidário, pacífico, justo, fraterno e sem fome. A paz é um dom de Deus, mas é também fruto do nosso empenho por um mundo melhor. Peçamos a Deus que nunca nos falte este Pão vivo e verdadeiro, que é o seu próprio Filho. Assim, permanecemos em comunhão perfeita com Jesus, pois quem permanece Nele vive na unidade do seu corpo místico, que é a Igreja.

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