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Papa da misericórdia e da paz

Depois de quase doze anos de pontificado, o Santo Padre o Papa Francisco entregou sua alma a Deus, fazendo sua Páscoa em pleno Jubileu da Esperança. Uma vida dedicada a Deus em tempos difíceis, com constantes apelos à paz entre os povos e nações e à misericórdia para com os pequenos e sofredores das “periferias geográficas e existenciais”, expressão consagrada por ele no início de seu pontificado. Sua Encíclica “A Alegria do Evangelho” será um marco para os tempos futuros da Igreja.

Seu amor a Nosso Senhor, que o chamou à mais alta dignidade, foi, a cada momento, demonstrado em suas homilias e gestos e na atenção que buscava dar a todos que procurassem uma palavra de estímulo e de consolação. Soube demonstrar sempre a compaixão do Senhor, em constante busca pessoal à fidelidade de discípulo colocado na função de mestre. O recurso às imagens e à literatura, especialmente à poesia, demonstrava, muito mais que sua ampla cultura, a certeza de que Deus continua a nos falar através da beleza refletida nas criaturas, especialmente nas obras dos homens, artistas deste mundo.

Ninguém se esquece de sua imagem, caminhando pelas ruas desertas durante a epidemia de COVID-19, no silêncio quase ensurdecedor da morte que ameaçava a todos, enquanto os cientistas buscavam a cura da doença. O luto em razão da epidemia se perpetua no luto pelas mais de 30 guerras que acontecem hoje no mundo, assim como pelo destino dos migrantes, populações inteiras sujeitas à crueldade dos ‘coiotes’ e aos perigos dos mares, especialmente do Mediterrâneo, temas de sua constante preocupação.

Seus apelos em favor da paz e sua compaixão ativa foram exemplares. Diante da natureza ameaçada em nossa “casa comum”, apelou sempre em favor de uma vida simples, mantendo acesa a fé na fraternidade universal entre todos os homens e mulheres criados à imagem de Deus Uno e Trino. Entre seus escritos, as lições das encíclicas Laudato Si’ e Fratelli Tutti permanecerão nos tempos futuros, como urgente e necessário apelo, onde o pecado continua a ferir a obra da criação

Profeta de nossos tempos, todos lamentam sua partida. Mas não ficamos órfãos! O Espírito Santo que conduz a Igreja (cf. lJo 14,18), em breve nos dará, através de novo conclave, um outro sucessor para a Cátedra de Pedro. Passam os papas, mas permanece o ministério petrino, instituído pelo Senhor que garantiu que as portas da morte e “do inferno não prevalecerão contra sua Igreja” (cf. Mt 16,18).

Que o Senhor Jesus o acolha em sua infinita misericórdia. A Santíssima e Sempre Virgem Maria e São José, dos quais foi tão devoto, certamente o abraçam nas moradas eternas junto a Deus. Nossa certeza se baseia na Ressurreição gloriosa do Senhor, razão de nossa esperança! E “a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado! ” (Rm 5,5).

Repouse em paz Papa Francisco! Nossa diocese inteira, também imensamente grata pela nomeação de um bispo coadjutor, o Monsenhor Antônio Carlos Paiva, reza por sua grande alma!

E nós, com toda a Igreja, rezemos pelo próximo conclave e pelo novo pontífice, cujo nome já se encontra certamente no coração de Deus!

Dom Miguel Angelo Freitas Ribeiro
Bispo de Oliveira

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