Com um cenário de fé e cultura como pano de fundo, teve início na manhã da terça-feira, 21 de outubro, o I Fórum de Bens Culturais da Província Eclesiástica de Uberaba, um evento histórico que reuniu especialistas, religiosos e representantes das dioceses da região para refletir e propor caminhos de preservação do patrimônio sacro da Igreja.

A abrangência da iniciativa demonstrou sua relevância para a vida eclesial: cinco bispos participaram do encontro — Dom Paulo Mendes Peixoto, Arcebispo de Uberaba; Dom Paulo Francisco Machado, Bispo de Uberlândia; Dom Cláudio Nori Sturm, Bispo de Patos de Minas; Dom Valter Magno de Carvalho, Bispo de Ituiutaba; e Dom Geovane Luís da Silva, Bispo de Divinópolis e Presidente da Comissão para os Bens Culturais da Igreja no Regional Leste 2 da CNBB.
A missa de abertura, celebrada às 7h no Mosteiro Nossa Senhora da Glória, expressou a dimensão espiritual que permeou todo o Fórum. Durante a homilia, Dom Paulo Mendes ressaltou a importância do encontro como “um marco na valorização da nossa história e identidade”, pedindo as bênçãos de Deus para todos os participantes “em seu trabalho de preservação do patrimônio da fé”.
Para o padre José Rinaldo, um dos idealizadores do Fórum e secretário da comissão organizadora, o encontro representou uma virada de chave:
“Hoje é um dia muito especial, pois estamos transformando o discurso sobre a importância dos bens culturais em ação efetiva. Esta rede que se forma hoje não é apenas simbólica — é uma ferramenta concreta de gestão que vai permitir desde a troca de expertise técnica até a criação de um sistema unificado de catalogação.”
A irmã Maria Silvoneide, representante da vida religiosa no evento, também destacou o valor pastoral e formativo da iniciativa:
“Nossos conventos e mosteiros guardam verdadeiros tesouros que precisam ser integrados a esta rede. Como religiosa, vejo neste Fórum a oportunidade de formar uma nova geração de guardiões da memória, unindo o cuidado espiritual com a competência técnica.”
Dom Geovane Luís da Silva enfatizou o caráter pioneiro e inspirador do encontro:
“O que testemunhamos hoje em Uberaba é mais do que um fórum regional; é a semente de um movimento nacional. Esta articulação entre bispos, especialistas e comunidades religiosas em torno de um patrimônio que é de todos os fiéis estabelece um novo paradigma de gestão sinodal. Estamos demonstrando, na prática, que a preservação da memória material da Igreja não é um apêndice, mas uma dimensão constitutiva da evangelização.”
O I Fórum de Bens Culturais da Província Eclesiástica de Uberaba se encerrou na quarta-feira, 22 de outubro, deixando como legado mais do que documentos e propostas — o nascimento de um novo olhar sobre o patrimônio sacro.
O que se construiu em Uberaba ultrapassou limites institucionais e cronológicos: foi o reconhecimento de que a fé se encarna na história, e que preservar sua memória material é garantir que as futuras gerações possam continuar a ler, nos objetos e nas artes, a narrativa viva do encontro entre Deus e seu povo.
Uma missão que, a partir de Uberaba, reafirmou seu lugar essencial no coração da Igreja.
Texto adaptado: Jorn. François Ramos — Assessoria de Imprensa / Arquidiocese de Uberaba






