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Ser e fazer

A pessoa humana é um ser em construção, um fazer-se todo dia, projetada para realizar-se na dimensão do bem. É um fato que não acontece instintivamente, apesar de saber que a vida humana está nas mãos de Deus, Daquele que preserva a natureza, ancorada na criação. Natal é confirmação dessa realidade, pois, Jesus nasce para preservar e defender a vida em sua dignidade, na história.

O objetivo do Advento é preparar a comunidade para colocar Jesus Cristo no centro da sociedade. É um caminho de discernimento feito diante das inúmeras possibilidades apresentadas no andar da cultura humana. Não é fazer muita coisa porque, o mais importante, é a identidade do ser pessoa feliz, saber apreciar a beleza da vida com profundidade e construir realidades sempre novas.

Não é totalmente saudável a uma pessoa, que coloca em prática a fé, descartar a centralidade de Deus na vida, pois é Ele que possibilita poder “cantar de alegria” (Sf 3,14), uma alegria interior, por estar envolvida pelas bençãos divinas. Desta forma, o fato de simplesmente fazer as coisas, tem menos valor do que ser humano, pois, a pessoa é elevada às alturas dos céus com plena dignidade.

Usa-se muito a expressão “ecologia integral”. No mundo, tudo se encontra totalmente interligado, numa perfeita e exigente interdependência. A palavra, “globalização”, também está dentro da mesma configuração, mas há a necessidade da construção, do fazer acontecer, para edificar a identidade do ser das pessoas. Nada na criação está totalmente pronto e tudo depende de ação efetiva.

Celebrar mais uma vez o Tempo do Advento e do Natal de Jesus Cristo é construir a harmonia na vida de Igreja e configurar-se como sendo um novo estilo de vida dentro da dimensão cristã da fé em Deus. Pode ser espaço de abertura para partilha e comunhão de forma mais efetiva e comprometida na convivência fraterna, colocando em prática os ensinamentos da Palavra de Deus.

Ser e fazer possibilitam abertura e sensibilidade das pessoas nas relações humanas mais concretas do cotidiano. O Evangelho fala do respeito, da honestidade, da justiça nos negócios, contra qualquer tipo de dominação e exploração: “Não cobreis mais do que foi estabelecido” (Lc 3,13). O abuso do poder, nos diversos setores da sociedade atual, é exploração e marca muito os nossos tempos.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo Metropolitano de Uberaba

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