Em 15 de dezembro, numa celebração Eucarística presidida pelo bispo diocesano, Dom Pedro Cunha Cruz, concelebrada por um número expressivo de sacerdotes da diocese, bem como de dioceses vizinhas e com uma grande participação de fieis, uma nova história marcou nossa mais que centenária diocese da Campanha (MG) com a reinauguração da Rádio Diocesana 100,3 FM.
Do mandato missionário do Senhor “Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda a criatura!” (Mc 16, 15), é que nasce a Igreja, resposta da fidelidade de Jesus ao projeto de Deus de salvar a todos, este consumado na cruz, mas também resposta daqueles que se deixaram atrair pelo Evangelho a ponto de terem suas vidas transformadas e de não conter o desejo de comunicar essa experiência a todas as pessoas. É por isso que a Igreja existe para evangelizar. Está na sua essência o imperativo da saída missionária.
Ao chegar ao século XXI, a Igreja se depara com um novo cenário mundial, certamente nunca visto. Graças ao advento da globalização, muitas tecnologias foram aprimoradas, o que possibilitou ao próprio homem descobrir e desenvolver capacidades que jamais possuía. Percebe-se o surgimento de uma nova cultura, marcada pela midiatização, na qual o próprio estilo de vida das pessoas e o modo como vivem a sua fé sofrem alterações. E a Igreja não ficou indiferente a isso. Muito pelo contrário, seus pastores têm demonstrado, há várias décadas, o desejo de dialogar com este mundo em mudanças e para o qual a mensagem da Boa Nova do Reino deve ser comunicada de uma forma atualizada, que corresponda às expectativas dos homens e das mulheres de hoje. Por isso, é imprescindível que ela, através dos meios de comunicação, principalmente do rádio, e no emaranhado das redes sociais, faça-se presente em todos os espaços dessa nova cultura. Afinal, se o Evangelho continua sendo transmitido há quase dois milênios, é graças a essa capacidade singular do ser humano de estabelecer relações e de criar meios de comunicação para que elas se concretizem.
Em 1999, a Diocese da Campanha reassumiu a direção da Rádio Difusora da Campanha. E, a partir do ano 2000 teve início a sua 1ª fase de reestruturação. Em agosto de 2002 foi criada a FUNDAÇÃO CULTURAL E EDUCACIONAL DIOCESANA NOSSA SENHORA DO CARMO mantenedora da atual Rádio Diocesana. Em 2003 foi feita a reformulação da programação da emissora. Agora, em sua 2ª fase de reestruturação, a partir de abril de 2023 com a autorização do Ministério das Comunicações, realizou-se a migração da antiga Rádio Diocesana AM para Rádio Diocesana 100,3 FM um novo marco para a comunicação na Diocese da Campanha, com uma programação pensada com muito carinho e seriedade, de modo que todas as pessoas que compõem nossa Diocese, principalmente os agentes de pastorais/movimentos, padres e religiosos tenham participação ativa na Rádio.
Devemos ressaltar, nesta nova fase, a parceria com a Rede Aparecida de Rádio que é um sistema de comunicação com mais de 70 anos de pioneirismo e tradição que possui emissoras parceiras em quase todos os estados do Brasil, além de oferecer programas de formação, informação, evangelização e música de qualidade.
Por fim, queremos agradecer, de forma especial, ao nosso bispo diocesano, Dom Pedro Cunha Cruz, pelo apoio por esta migração e a todos aqueles que se empenharam para que essa reinauguração fosse possível.
Urge a necessidade de continuarmos caminhando! Uma coisa é certa: não é fechando-se ao diálogo com o mundo e às exigências de cada cultura que a Igreja conseguirá comunicar a alegria do Evangelho ao coração de todas as pessoas, a ponto de fazê-la transbordar na sua vida e de despertar o desejo de seguir a Cristo. Ser “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5, 13-14) significa buscar transformá-los e santificá-los a partir de dentro. Esse é o protagonismo que a Igreja espera de todos os batizados.
Afinal, como nos lembra o Papa Francisco: Como cristãos, não podemos esconder que, ‘se a música do Evangelho parar de vibrar nas nossas entranhas, perderemos a alegria que brota da compaixão, a ternura que nasce da confiança, a capacidade da reconciliação que encontra a sua fonte no fato de nos sabermos sempre perdoados-enviados. Se a música do Evangelho cessar de repercutir nas nossas casas, nas nossas praças, nos postos de trabalho, na política e na economia, teremos extinguido a melodia que nos desafiava a lutar pela dignidade de todo homem e mulher (FT 277).
Texto: Pe. João Paulo Gonçalves de Carvalho – Assessor da Pastoral da Comunicação e Presidente da Fundação Cultural e Educacional Diocesana Nossa Senhora do Carmo