Banquete significa festa, comida, convivência e fraternidade. Assim é o banquete da Eucaristia, da partilha do pão e de encontro da comunidade celebrante. Isso acontece, de uma forma ou de outra, nas realidades e costumes de cada Igreja, que podemos chamar, carinhosamente, de banquete da esperança. Para os católicos, é a Palavra que se torna presença concreta de Jesus Cristo Eucarístico.
A mesa do Banquete Eucarístico é síntese da história de vida de cada membro da comunidade cristã, com suas alegrias e tristezas, de onde germina a esperança que ultrapassa os limites humanos da pessoa física. O ser humano necessita da dimensão sobrenatural para conseguir sua plena felicidade, aquilo que as possibilidades terrenas não conseguem atingir de forma totalmente saudável e concreta.
Grandes negócios acontecem e são consolidados ao redor de uma mesa de refeição. Também no projeto de construção do Reino de Deus na terra não é diferente. A consolidação da ação missionária, como uma nova realidade na vida da comunidade, vem do anúncio da Palavra e da presença de Jesus Cristo como alimento eucarístico. Se chamamos a celebração de Missa, significa começo de missão.
Ter esperança remete ao tema, pouco levado em conta nos últimos tempos, da Providência divina e de um total abandono na vontade de Deus. Paulo de Tarso chega a dizer: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4,13). Para Paulo, toda ação do cristão vem de Deus e é fortalecida por ele. Esta é a dinâmica do Reino de Deus, que passa pela comunidade que celebra e se expressa na fraternidade.
Quando celebramos festa de casamento, que não deixa de ser belo banquete de alegria e de esperança, todos os convidados, que aceitaram o convite e comparecem ao evento, estão na firme convicção de uma nova e feliz família. É sempre um banquete de festa, de partilhar a felicidade do casal, mas não pode ser um fato que discrimina convidados por causa de diferenças sociais.
A condição exigida para a pessoa participar do Banquete da Eucaristia, banquete da esperança, é que os convidados estejam todos com o mínimo de dignidade. Não podem entrar como um “penetra” e desorganizador da festa. Nesse evento, ninguém seja excluído, pois poderão faltar as bençãos de Deus, mas alguém se exclui a si mesmo por não seguir as orientações pedidas.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba