
No dia 20 de novembro, data em que se celebra o Dia Nacional da Consciência Negra, a Diocese de Araçuaí realizou o Jubileu da Esperança dos Povos Tradicionais, na cidade de Chapada do Norte. A coordenação do evento optou por uma Celebração da Palavra de caráter intercultural, não seguindo a liturgia da Santa Missa.
A programação teve início na Praça da Igreja Matriz de Santa Cruz, onde ocorreu a acolhida dos grupos quilombolas e demais participantes, seguida da bênção da água e aspersão. Em seguida, um cortejo iniciou a peregrinação pelas ruas da cidade, conduzindo a cruz do Jubileu, representada no formato de âncora, até a Praça da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
Durante a celebração, diversos grupos tradicionais apresentaram elementos de suas culturas por meio de cantos e danças. Lideranças também fizeram pronunciamentos sobre temas relacionados à defesa dos povos tradicionais, aos direitos territoriais, às comunidades indígenas e quilombolas, além da importância da ecologia integral. O Rio Araçuaí e outros rios da região foram mencionados, diante dos desafios enfrentados com o avanço da seca e a perda de vitalidade dessas águas.




A acolhida da Palavra de Deus marcou um dos momentos centrais da celebração, expressa por cantos, danças e manifestações de alegria. Dom Geraldo Maia, bispo diocesano e presidente da celebração, refletiu em sua homilia sobre o significado do Jubileu e destacou a importância da esperança, incentivando as comunidades a manterem firme a preservação de suas tradições, culturas e territórios.



No ofertório, foram apresentados alimentos e frutos da terra, representando o trabalho das comunidades quilombolas da região. Dom Geraldo ressaltou que aqueles elementos simbolizavam “as belezas, saberes e sabores do Vale do Jequitinhonha”, reconhecido por suas riquezas históricas, culturais e religiosas. Após a bênção, os alimentos foram partilhados entre todos os presentes.
A celebração foi concluída com cânticos, danças e a condução da imagem de Nossa Senhora do Rosário para o interior da igreja. Ao final, houve nova partilha de alimentos, marcada por gestos de solidariedade e abundância, reunindo todos os participantes em um momento de convivência fraterna.








