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Criação

O Tempo da Criação é ocasião propícia para aprofundarmos os grandes temas relacionados ao cuidado com a Casa Comum. Ele se estende do dia 1º de setembro, Dia Mundial do Mundo Criado, até o dia 04 de outubro, Memória de São Francisco de Assis. A Comissão Episcopal Regional para Ecologia Integral e Mineração (CEREM), Leste 2, lançou importante mensagem com várias sugestões para viver este tempo da graça de Deus, com reflexões e ações concretas, incentivando o cuidado com a obra de Deus.

A mensagem, assim, lê os sinais do tempo presente: “Vivemos tempos urgentes. A Casa Comum sofre, os pobres clamam, e a Criação, obra amorosa de Deus, está gravemente ameaçada. Predomina o modelo econômico predatório e a cultura da indiferença”. Aqui nos recordamos da Carta aos Romanos: “… a criação foi sujeita à vaidade, não por seu querer, mas por dependência daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação seja libertada da escravidão da corrupção, em vista da liberdade da glória dos filhos de Deus. Com efeito, sabemos que toda a criação, até o presente, está gemendo como que em dores de parto” (Rm 8,20-22).

Diante desses sinais dos tempos, a mensagem do CEREM continua a nos exortar: “o comprometimento com a causa da Ecologia Integral é como uma semente fecunda, plantada nos territórios. A presença, testemunho e articulação dos defensores da Ecologia Integral nos territórios tem o potencial de gerar conversão, mobilização e transformação. O mundo precisa de corações ardentes, dispostos ao engajamento na defesa da vida, do planeta, dos territórios e dos pobres. O Tempo da Criação é oportunidade privilegiada para isso”. Assim, somos todos chamados a assumir nossa missão no cuidado com a Casa Comum, obra de Deus, que clama a todos nós.

A força profética está presente na mensagem e conclama a cada um de nós para assumirmos nossa indignação evangélica, conforme os apelos do Reino. “Com indignação e veemência, denunciamos os retrocessos da legislação ambiental em nosso país. Estes retrocessos agravam as ameaças ao ecossistema, aos biomas, aos direitos dos povos originários e tradicionais, e ao futuro da Casa Comum. Motivados pelo Tempo da Criação, propomos constituir uma rede de defensores da Ecologia Integral presentes nos territórios, comunidades, paróquias, dioceses e províncias eclesiásticas… Cuidemos da Criação de Deus, a Casa Comum de todas as formas de vida!”.

Nessa mesma linha, o Papa Leão XIV nos motiva, na sua mensagem que traz como tema “Sementes de paz e esperança”: “A justiça ambiental – implicitamente anunciada pelos profetas – já não pode ser considerada um conceito abstrato ou um objetivo distante. Ela representa uma necessidade urgente que ultrapassa a mera proteção do ambiente. Trata-se verdadeiramente de uma questão de justiça social, econômica e antropológica. Para os que creem em Deus, além disso, é uma exigência teológica, que para os cristãos tem o rosto de Jesus Cristo, em quem tudo foi criado e redimido. Num mundo onde os mais frágeis são os primeiros a sofrer os efeitos devastadores das alterações climáticas, do desflorestamento e da poluição, cuidar da criação torna-se uma questão de fé e de humanidade” (Mensagem para o X Dia Mundial de oração pelo cuidado da criação 2025).

Em continuidade com os ensinamentos do Papa Francisco, Leão XIV nos recorda que “a Encíclica Laudato si’ acompanha a Igreja Católica e tantas  pessoas de boa vontade há dez anos: que ela continue a inspirar-nos, e que a ecologia integral seja cada vez mais escolhida e partilhada como caminho a seguir. Assim se multiplicarão as sementes de esperança, a serem ‘guardadas e cultivadas’ com a graça da nossa grande e indefectível Esperança, Cristo Ressuscitado”.

Dom Geraldo dos Reis Maia
Bispo de Araçuaí

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