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25º Domingo do Tempo Comum | 22/09/2024

1ª LEITURA – Sb 2,12.17-20

O texto retrata de modo transparente o conflito entre a justiça e a injustiça, entre o justo-fiel a Deus e o injusto-ateu. Revela como num filme o coração maldoso do injusto, seus pensamentos maus, suas intenções perversas, seus planos diabólicos contra o justo e temente a Deus. Por que toda essa maldade e perseguição ao justo? Estaria o justo também, por razões superiores, armando guerra contra o ímpio? Não. O v. 12 deixa tudo bem claro. Toda a ferrenha perseguição do injusto é porque o justo na sua retidão incomoda o injusto que não quer ver a contradição de suas ações, não quer ver ninguém se opondo ao seu caminho. Os vv. 17-20 apresentam o desafio arrogante e blasfemo dos injustos ateus que querem ver se o injusto comprova seu esforço e sua fé com um final feliz. O v. 18 tem o sabor das tentações satânicas enfrentadas por Jesus: “Se és Filho de Deus…”. Viver a vontade de Deus no meio de uma sociedade injusta, ateia e violenta é estar sujeito a insultos, ciladas, torturas e até mesmo à morte planejada. O injusto quer submeter o justo a todo o tipo de prova, quer examinar sua resistência, quer desafiar o socorro de Deus. O justo por excelência experimentou tudo isso em sua caminhada de cruz. Houve intervenção de Deus? Sem dúvida, pois Deus o ressuscitou dos mortos.

2ª LEITURA – Tg 3,16-4,3

A falsa sabedoria gera conflitos de toda a sorte

O trecho que estamos lendo revela conflitos profundos na comunidade, maiores do que os que vimos no domingo anterior. Há ciúmes, espírito de rivalidade, discriminações, hipocrisia. Há competições, cobiças, invejas. Há lutas, guerras e até mesmo mortes. De onde surge tudo isso? Essa é a própria pergunta que Tiago faz em 4,1. Ele responde dizendo que vem exatamente da ganância e dos prazeres que guerreiam nos membros dos cristãos. Por não conseguirem satisfazer estes prazeres partem para a violência, a guerra e até a morte. Estes prazeres perturbam em tudo as orações dos fiéis, até mesmo daqueles que conseguem rezar e pedir, pois acabam pedindo mal com intenção de gastar em prazeres.

A verdadeira sabedoria é a que vem do alto

O problema de fundo é que a sabedoria, que a comunidade está buscando, não é uma sabedoria humilde, que vem do alto, mas uma sabedoria terrena, animal, demoníaca (v. 15). A comunidade precisa buscar a sabedoria que vem do alto, que vem de Deus. Essa é pura, pacífica, humilde, compreensiva, cheia de misericórdia e bons frutos. É sem discriminação e sem hipocrisia. Essa sabedoria é a verdadeira sabedoria cristã geradora de justiça, fraternidade e paz.

EVANGELHO – Mc 9,30-37

Na 2ª parte do evangelho de Marcos (8,27-16,20), podemos ler a resposta de Jesus à pergunta constante da primeira parte (1,1-8,26): “Quem é Jesus?” Jesus começa a deixar a multidão e a dedicar-se mais ao ensinamento a seus discípulos (v. 30).

Primeiro – Segundo anúncio da paixão

O primeiro anúncio da paixão está em 8,31-33. Ali Jesus desenvolve mais do que o segundo (9,30-31); e no terceiro (10,32-33) ele entra em mais detalhes ainda. O que Jesus ensina neste segundo anúncio? Está no v. 31. Ele ensina, primeiramente, que será entregue e morto pelos homens. Jesus, foi sem dúvida, entregue por Judas. Foi por causa da maldade dos homens que o plano de amor, do Pai, realizado pelo Filho, o plano de salvar o mundo, só pôde acontecer através da cruz. Todo o conjunto é interpretado como desígnio de Deus: “é preciso”, “será entregue”. O outro ensinamento é que o Pai não deixará o Filho na morte. Três dias depois Jesus ressuscitará. O evangelista, que em todo o evangelho salienta a falta de entendimento dos discípulos, registra, aqui, mais uma vez que os discípulos não compreendiam o ensinamento de Jesus. Além de não entenderem, tinham medo de fazer perguntas. Os discípulos, certamente, sabiam de uma coisa: o caminho do mestre deve ser o caminho do discípulo. E este caminho da cruz está apavorando os seguidores de Jesus.

Segundo – Você quer ser o maior então comece já a servir (vv. 33-35)

A casa é o lugar do ensinamento particular. Jesus sabia o que eles estavam discutindo pelo caminho, mas, para puxar a conversa, pergunta aos discípulos sobre o que conversavam. De vergonha eles ficam calados, pois discutiam quem era o maior. Continuavam pensando numa sociedade classista, onde existiam maiores e menores, opressores e oprimidos, primeiros e últimos. Então Jesus se assenta e ensina no v. 35: “Se alguém quiser ser o primeiro deverá ser o último e ser aquele que serve a todos”. Eis a essência da vida cristã: servir a todos. A grandeza do cristão está no serviço.

Terceiro – O exemplo da criança (vv. 36-37)

Para ilustrar o grande e sintético ensinamento sobre quem é o maior, Jesus toma uma criança e a coloca no centro da vida cristã, o lugar que Jesus ocupa. Criança no tempo de Jesus era marginalizada e indicava uma pessoa necessitada e dependente. Ele a abraça carinhosamente com amor e ternura e diz que, quem receber em nome dele uma criança assim, estará recebendo a ele mesmo e ao Pai do céu. Receber uma criança significa, portanto, servir aos mais necessitados e marginalizados. Como a palavra criança significa também servo, podemos concluir que Jesus se identifica com a criança. A criança é assim o modelo do servidor com a sua gratuidade e aquele a quem devemos servir, por causa da sua carência, para sermos o primeiro, para sermos o maior.

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