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Chamado a Cuidar

Agosto tem uma característica especial para a espiritualidade dos católicos. Ele é chamado de mês vocacional, do chamado, do envio, de colocar em prática a tarefa do cuidar e de pôr-se na suplência das necessidades prementes dos necessitados. É gesto do alegre serviço em benefício da dignidade do outro, seguindo aquilo que fez Jesus no cuidado dos pobres e sofredores na vida, de seu tempo. 

Há muitas atitudes que evidenciam situações de escravidão de seres humanos, pessoas carentes de libertação e de mão amiga que as ajude a se reerguerem. Assim aconteceu com o povo de Deus no Egito, quando se libertou das opressões praticadas pelos Faraós, através do cuidado e da liderança determinante de Moisés. Ele foi chamado por Deus para cuidar e defender o povo da escravidão. 

O cuidado do outro depende de desprendimento, de coração sensível e, até ato de fé. A dimensão da caridade toca profundamente na intimidade daquele que a realiza com verdadeira espiritualidade, projetando uma vida melhor e mais saudável para quem é assistido. A caridade é expressão e prática própria do Evangelho, porque condiz com aquilo que Jesus realizava na comunidade de seu tempo. 

Abastecer a mesa e dar possibilidade de alimento para os pobres é adquirir patrimônio espiritual diante de Deus. Basta entender o enunciado apresentado pela Palavra de Deus, quando diz: “Quem vos der um copo de água para beber, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa” (Mc 9,41). Significa que o cuidar pode ser obra de caridade realizada com motivação pessoal e consciente. 

Na cena bíblica da multiplicação de pães e peixes (cf. Mt 14,19) sentimos o cuidado que Jesus tinha para com os famintos. Ele deixa transparecer o quanto é importante ver, na pessoa do outro, um “outro eu”, que tem os mesmos direitos de dignidade dos demais. Ter vida digna não deixa de ser um grande privilégio, ao lado de tantos seres humanos, impossibilitados das mesmas condições. 

Quem cuida, pensando no bem das pessoas, está agradando a Deus, porque realiza uma obra em sintonia com os ensinamentos da palavra bíblica, realiza aquilo que Jesus sempre realizou e, tudo feito em nome do Pai do céu, portanto, com dimensão de eternidade. Não é uma simples atitude filantrópica, apesar de ser ato humano, mas tem algo que ultrapassa os limites do tempo e da história. 

Dom Paulo Mendes Peixoto 

Arcebispo de Uberaba

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