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A Paz esteja convosco! (Jo 20,21)

Há pouco, na liturgia, contemplamos Deus pregado na cruz. Com Maria, a Mãe dolorosa, com João, o discípulo amado e outros tantos, nos colocamos naquele cenário de medo e de morte. Agora, o que parecia ser o fim revela-se passagem e luminescente recomeço. Eis a melhor das notícias: Jesus ressuscitou! Esta novidade acolhida na fé gera alegria, esperança e paz.

Os discípulos e discipulas da primeira hora foram alcançados, aos poucos, pela verdade da ressurreição. Progrediram do medo à maravilha! Igualmente, todos somos provocados a encontrar o Ressuscitado, caminhar da dúvida à fé, para participarmos da vida nova que Ele nos traz.

O convite para os homens e mulheres de boa vontade, de ontem e de hoje, é para renascer não obstante e para além dos nossos falimentos. O Espírito do Deus vivo nos dá novo respiro e abre férteis veredas nos caminhos das nossas derrotas. Para tanto, não serve o espírito de passividade, porque Deus não nos salva sem nós. Ademais, a ressurreição não foi mágica do Pai e sim oblatividade do Filho, engendrada como que em “dores de parto” pelo sacrifício da cruz, resultando na vitória do amor, da vida sobre a morte.

Aquele que nos amou por primeiro (1Jo 4,19) propõe uma vida nova para nós e nossas circunstâncias. Tenhamos por certo que Ele “sempre nos precede na cruz do sofrimento, da desolação e da morte – na paixão! – e igualmente, na glória de uma vida que ressurge, de uma história que muda, de uma esperança que renasce – na ressurreição!”

Creia nesta parceria: eu e Deus e Deus e nós! Somente assim serão possíveis caminhos novos, na contracorrente dos mecanismos geradores de morte, a partir dos escombros da nossa humanidade. Clamamos por ressurreição no âmbito pessoal, social e planetário. E a maior dádiva de Jesus ressuscitado é a paz. Estamos precisados da paz de Deus para transformar nossa existência pela prática do amor fraternal: diálogo que constrói a concórdia, cria pontes e cura rancores. Distantes na geografia e pertos no coração de quem não se permite à indiferença, sofremos as muitas situações de violência, sinais da “terceira guerra mundial acontecendo em pedaços”

Suplicantes, pedimos um novo ordenamento mundial fundado nos valores da verdade, justiça, solidariedade e liberdade. Tais valores são expressão da paz divina e fruto de um processo de conversão espiritual, educativo, político e econômico. Haveremos de ressurgir promovendo o desarmamento integral, que implica também em desarmar os espíritos e promover o bem comum. A Campanha da Fraternidade, proposta pela Igreja do Brasil para este ano, além de ser exercício concreto da vivência quaresmal, pedagogicamente nos conduz a viver como filhos e filhas da ressurreição. O que reza o objetivo geral seja acolhido com determinação e generosidade: “Despertar para o valor e a beleza da fraternidade humana, promovendo os vínculos da amizade social, para que, em Jesus Cristo, a paz seja realidade entre as pessoas e povos”

Será ressurreição passar da lógica do confronte à do encontro, da oposição à colaboração e da rivalidade à fraternidade. Sim, proclamamos: verdadeiramente Cristo ressuscitou! Convido também você a professar fé na ressurreição: “Cremos em vós, Senhor Jesus, acreditamos que convosco renasce a esperança, o caminho continua. Vós, Senhor da vida, encorajai os nossos caminhos e repeti, também a nós, como aos discípulos na noite de Páscoa: A paz esteja convosco!

Dom Darci José Nicioli, CSsR
Arcebispo Metropolitano de Diamantina-MG

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