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Ficai atentos

O título desta matéria reporta perfeitamente ao que nos foi sugerido, como prática quaresmal, nas celebrações da Quarta-Feira de Cinzas. Nas palavras da Sagrada Escritura, a vida cristã supõe atenção constante durante o trilhar da história cotidiana de cada pessoa. Incentiva, ainda mais, ao falar do processo permanente de conversão pessoal, na convivência fraterna e na ascensão espiritual.

A palavra conversão não passa de uma nova criação, uma recuperação da identidade perdida, identidade essa fundamentada na antiga Aliança de Deus com seu povo, através da figura do patriarca Abraão. É por isto mesmo que a Quaresma tem objetivos claros, que devem ser atingidos, isto é, ela é indicada como tempo forte e ideal de contágio espiritual na busca frequente de sanidade.

A pedagogia divina, sendo bem analisada nos diversos textos da bíblia, nos faz perceber frequente alusão e destaque às personagens significativas na vida do povo. Entre elas, a figura de Noé, chamado a construir uma arca, como símbolo de purificação. Dentro dela foram colocadas poucas pessoas consideradas justas, que seriam salvas da destruição provocada pelo Dilúvio devastador.

A arca é vista como símbolo do batismo cristão, de onde nasce a confirmação da vida em afinidade com Deus. Nos dizeres do Apóstolo Paulo, o batismo é como um mergulho e ser enxertado em Cristo (cf Rm 11,23-24). Tudo isto nos leva a ter consciência das realidades divinas e da necessidade de atenção ao que ajuda na elevação da dignidade espiritual e no que degrada a vida humana.

A expressão “ficai atentos” tem uma conotação de cuidado diante das propostas indecorosas na vida. Ao ser tentado no deserto, Jesus nos alerta sobre as possíveis tentações de hoje. É fundamental ter capacidade de discernimento, de escolha na hora de agir diante do bem e do mal. Fazer o bem exige compromisso e esforço. Jesus fala da porta estreita. O mal tem as portas largas e abertas.

A imprudência, a falta de consciência e a desatenção podem levar a pessoa por caminhos tortos, que contribuem para a perda de esperança. A Quaresma alerta sobre tudo isto no sentido de preparar os indivíduos para celebrar as riquezas da Páscoa. Conforme a Campanha da Fraternidade deste ano, a amizade social é capaz de nos fazer todos irmãos para viver a condição de amizade com Deus.


Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba

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