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26nov2023

1ª LEITURA – Ez 34,11-12.15-17

O profeta Ezequiel acompanhou o povo de Deus no Exílio Babilônico. Ele lembra que o exílio é um castigo de Deus pelos pecados de todos, mas a culpa principal recai sobre as lideranças, que cuidaram de si mesmas e se esqueceram do povo. Deus, entretanto, qual pastor solícito, não vai abandonar suas ovelhas no exílio. Seu rebanho padece, afastado da sua pátria e sem o cuidado das lideranças. O profeta expressa isso com as expressões “ovelhas perdidas”, “extraviadas”, “de perna quebrada”, “doente”. O povo está precisando de pastores, verdadeiramente zelosos e dedicados. Mas onde estão os pastores? Onde está o povo como porta-voz de Deus? Ele anuncia que é o próprio Deus que virá tomar conta de suas ovelhas como um pastor totalmente consagrado, atencioso e meigo. Deus mesmo virá para resgatar suas ovelhas, apascentá-las e fazê-las repousar, virá buscar a perdida, fortalecer a doente e vigiar a gorda e forte. Virá apascentá-las conforme o direito, virá fazer justiça. Essa notícia é maravilhosa e pode ser resumida nestas palavras: Deus mesmo virá libertar seu povo da escravidão e morte e reconduzi-lo à sua pátria para que todos tenham liberdade e vida.

2ª LEITURA – 1Cor 15,20-26.28

O capítulo 15 da 1Cor é todo dedicado à ressurreição. Nosso trecho lembra dois argumentos. O 1º é que Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram O que significa a expressão primícias? São os primeiros frutos de uma colheita. Estes primeiros frutos bem amadurecidos trazem a grande esperança de uma ótima colheita. É uma amostra esperançosa. A partir dela se tem uma certeza do bom resultado da colheita. Paulo nos diz que esta amostra é Cristo. Nós que pertencemos a Cristo somos o resto da boa colheita. Todos ressuscitaremos por ocasião da sua vinda. Depois, Paulo contrapõe Adão a Cristo. Por causa da nossa ligação com Adão, todos morreremos. Mas também por causa da nossa ligação com Cristo, novo Adão, que venceu a morte, recebemos de volta a vida. O 2º argumento sobre a ressurreição é a vitória de Cristo sobre todos os mecanismos de morte. Aqui, o apóstolo enumera como mecanismos de morte: “soberania”, “poder” e “força”.

Que nomes poderíamos dar aos mecanismos de morte hoje? O fim só virá, quando Cisto colocar todos estes inimigos da vida sob seus pés. Depois, ele destruirá o último inimigo que será a morte. A luta de Cristo é a luta dos cristãos. A vitória de Cristo é a vitória dos cristãos. Cristo conta conosco. Cristo só entregará o seu Reino ao Pai, quando tudo estiver submetido a ele. Aí, Deus será tudo em todos. Nosso tempo individualmente é muito curto, mas não podemos partir sem ter dado nossa contribuição na obra do Filho de resgatar todos para o Pai.

EVANGELHO – Mt 25,31-46

Cristo é Rei e Juiz de toda a humanidade. Estamos no final do discurso escatológico (Mt 24-25) com o trecho sobre o juízo final. O critério do julgamento surpreende a todos: é a prática da justiça, a prática da caridade feita ao irmão mais marginalizado. Os que abrem seu coração para os pequeninos do Reino são chamados “justos” e “benditos”. Estes irão para a vida eterna. Os outros são os malditos, irão para o castigo eterno.

Quem separará os bons dos maus, as ovelhas dos cabritos, é o Filho do Homem, Jesus, o Pastor. As ovelhas, os justos, serão colocados à direita. É o sinal da salvação. Estes serão abençoados pelo Pai e receberão o Reino como herança. Os cabritos, os injustos, ficarão à esquerda, ou seja, receberão condenação, serão afastados do Filho; serão chamados de malditos e irão para o fogo eterno. Serão sócios do diabo no egoísmo que os condenou.

O critério de separação

O critério de separação é o atendimento ou não a Jesus na pessoa dos mais marginalizados, isto é, os que passam fome e sede, os que são estrangeiros, os que são maus. Estes ficam surpresos com este modo do Filho do Homem falar e perguntam quando foi que isto aconteceu. Na verdade, todos ignoram terem ajudado ou não a Jesus na pessoa dos empobrecidos. Não apenas os justos e os injustos da parábola, mas também nós do tempo que se chama hoje, nós não percebemos que estamos atendendo a Jesus, quando ajudamos um seu e nosso irmão marginalizado. Também nós teremos surpresas. Aqueles que vivem maldizendo o estatuto da criança e do adolescente; aqueles que vivem jogando sobre os ombros das crianças de rua toda a culpa dos crimes da sociedade; aqueles que consideram os presos como bichos, nocivos à sociedade, e que acham que preso deve ser castigado e morto; aqueles que nunca atendem bem a quem bate à sua porta e não apoiam os movimentos populares, que lutam por melhor distribuição de renda e maior justiça no país; estes terão um péssima surpresa. Nesse momento toda a falsa piedade será desmascarada, toda hipocrisia será revelada, e aniquiladora será a sentença do tribunal divino: “Afastem- se de mim, malditos! Vão para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos”. É claro que toda esta maldição é uma pesada advertência. Não se trata de uma sentença categórica no fim do mundo, mas um dramático chamado de conversão para “o tempo que se chama hoje”.

Dom Emanuel Messias de Oliveira
Bispo diocesano de Caratinga

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