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Chamado à esperança

A esperança é uma virtude ancorada no pilar da caridade. Isso nos motiva a falar do “Dia Mundial dos Pobres”, uma data instituída pelo Papa Francisco, muito preocupado com quem é ferido em sua própria dignidade. Ele convoca as pessoas que têm a missão de apoiar os que sofrem pela precariedade da existência e a falta do necessário para uma vida feliz. Dia celebrado no mês de novembro.

A pobreza pode provocar desespero, levar à fragilidade da esperança e à perda do sentido da vida. Para o Papa Francisco, na Carta Encíclica, Fratelli Tutti, “os pobres têm um lugar especial no coração de Deus e, consequentemente, no coração da Igreja”. Desta forma, devem merecer todo nosso cuidado, porque também são criaturas de Deus e têm os mesmos direitos à dignidade humana.

Em meio ao sofrimento cotidiano dos pobres, a Palavra de Deus quer comunicar a esperança e a vitória como frutos do equilíbrio da pessoa diante dos sinais dos tempos, entre eles, a pobreza. No auge da realidade, a grande luz motivadora deve se fundamentar no caminho da justiça e da fidelidade. “Feliz aquele que socorre o necessitado; o Senhor o livra no dia da desgraça” (Sl 41,2).

Todas as pessoas, pobres ou ricas, são convidadas a viver com esperança de um mundo melhor que, para quem luta em busca de sua realização, ainda é possível. Principalmente, porque o bem e o amor são sempre vitoriosos e conseguem derrotar a maldade, mesmo consciente das grandes tribulações dos tempos presentes. Os olhos de todos devem estar fixados em quem é capaz de libertar: Cristo.

Num mundo marcado por muitas guerras, perseguição e sofrimento, o indicativo é transformar toda essa terrível tragédia, que elimina tantas vidas, em esperança. A verdadeira esperança só é encontrada em Jesus Cristo, na firme opção pelos seus ensinamentos. Mesmo estando em meio às maiores tribulações, é possível ser fiel ao Evangelho e encontrar em Cristo as motivações para a esperança.

O Dia Mundial dos Pobres, que é celebrado no fim do Ano Litúrgico, desafia a conduta da atual cultura, convocando-a para construir um novo modelo de sociedade, com valores que preservem a vida humana e de todo o planeta. Papa Francisco nos encoraja a ser agentes de transformação, estendendo as mãos para os pobres e oprimidos, como gestos de amor e solidariedade para com eles.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba

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