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Festa do Centenário da Diocese de Juiz de Fora reúne milhares de fiéis em cerimônia solene

O dia 4 de fevereiro de 2024 ficou marcado na memória de milhares de católicos das 37 cidades pertencentes à Igreja Particular de Juiz de Fora. Neste último domingo, a Catedral Metropolitana recebeu cerca de 10 mil fiéis, todo o clero arquidiocesano, além de diversos bispos convidados para celebrar os 100 anos da diocese de Juiz de Fora.

A grande festa teve início com uma tarde de louvor, conduzida por Padre Pierre Mauricio de Almeida Cantarino e Diácono Jorge Luís Lopes dos Santos, mais conhecido como Tuite. O momento serviu de aquecimento para o corpo, com cânticos animados e de louvor, e para o espírito, com Adoração e benção do Santíssimo Sacramento.

“Nós queremos, de fato, conscientizar o povo de Deus com essa palavra que permanece viva. Primeiro, no coração daqueles que passaram por aqui e fizeram história, e agora nós que somos chamados a contar a próxima história, personagens para os próximos anos”, explicou Padre Pierre ao ser questionado sobre o propósito do dia.

A Solene Celebração em Ação de Graças pela Centenário Diocesano ocorreu na sequência, presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira e concelebrada por nove bispos, entre eles o primeiro Vice-Presidente da CNBB e filho desta diocese, Dom João Justino de Medeiros Silva. “Grande alegria poder retornar a Juiz de Fora para uma oportunidade tão especial quanto esta. Aqui temos esta experiência de uma Igreja que está serviço da Igreja do Brasil. Bispos saíram daqui para servir outras igrejas, também padres, leigos e leigas, têm contribuído muito, a partir dessa sede de Juiz de Fora, para o crescimento da Igreja do Brasil”, afirmou.

Caminhada de fé, amor e devoção

No início da Santa Eucaristia, no momento da acolhida, o Pastor Arquidiocesano recordou brevemente a gênesis desta diocese, suas primeiras obras – mesmo antes da instalação da circunscrição eclesiástica, seus primeiros passos e as principais personagens desta narrativa. “Trazemos para este altar festivo tantos e tantos nomes impossíveis de serem contados e elencados de leigos e leigas, padres, religiosos e religiosas, além de autoridades e líderes vários que dialogaram conosco nestes cem anos de história, na busca de um mundo de paz e harmonia, na cultura da vida e do genuíno amor a Deus ao próximo, caminhando na estrada de Jesus”, concluiu Dom Gil.

Para o Pároco da Catedral, Pe. João Paulo Teixeira Dias essa jornada pode ser compreendida através da multidão presente na festa. “Quando hoje vemos toda esta multidão aqui, com muita alegria, com muito entusiasmo, pessoas que chegaram aqui desde as 11 horas, nós compreendemos a missão de todos aqueles que ao longo destes 100 anos também anunciaram, deram testemunho da Palavra de Deus”.

Uma das pessoas que fazem parte desta trajetória é Célia dos Reis da Silveira, de 80 anos. Em entrevista, ela contou um capítulo marcante do qual participou. “Eu estou muito emocionada, porque quando eu tinha 7 aninhos, o primeiro bispo da nossa diocese, que foi o Dom Justino, foi em Valadares, acho que em 27 de maio, eu fiz a minha primeira Eucaristia e a Crisma com ele. É uma história que nunca saiu da minha cabeça. Eu achei que eu era uma noiva de tão bonita que eu estava. [..] A vida inteira, tudo na minha igreja foi muito especial para mim, mas principalmente agora”, contou a senhora desde seus 15 anos é atuante na Paróquia Nossa Senhora das Estradas.

A igreja que está há 100 anos caminhando na estrada de Jesus conta também com Elisabeth Alves Moreira Castro, do Santuário Sagrado Coração de Jesus. Juntamente a equipe do Apostolado da Oração, ela e outras dez pessoas fizeram questão de marcar presença. “Estamos aqui para agradecer esses 100 anos. Muitas bençãos foram recebidas e estamos recebendo a grande graça de estar aqui comemorando junto com Dom Gil”, relatou ela.

A força da Igreja Particular de Juiz de Fora

“Ao celebrar esse jubileu, [a Arquidiocese de Juiz de Fora] é, para nós, exemplo no testemunho, pois hoje vivemos um momento de muita dificuldade para poder testemunhar nossa fé e de repente toda a igreja se reúne e dá um grande testemunho da beleza de sermos uma Igreja viva, uma Igreja em comunhão, que celebra Jesus Cristo unida. Eu quero parabenizar a Arquidiocese de Juiz de Fora, toda a organização desse Jubileu, o tempo de preparação que foi feito e, principalmente, o dia de hoje”, disse Dom José Luiz Majella Delgado, Arcebispo de Pouso Alegre (MG), admirado com o montante de fiéis na festa.

Mesmo em meio ao pré-carnaval, milhares de pessoas optaram por festejar com a Igreja. Centenas de caravanas foram organizadas, vindas de diferentes cidades, com representantes das 91 paróquias da arquidiocese.

Mais de 40 pessoas vieram de Humaitá. A comunidade que aguarda ansiosamente tornar-se Quase-Paróquia Santa Maria Eterna compareceu à Catedral. “Estar vivendo esse momento de realização, da união de todas as paróquias aqui, é muito gratificante. Ver o fruto do trabalho, cada um trabalha separado, mas junta tudo e se torna esta grande festa”, comentou Eliton de Oliveira, atuante há anos na comunidade.

Da mesma forma, fiéis da cidade de Pedro Teixeira (MG) peregrinaram neste domingo de coração alegre e preparado. Participaram da Ação de Graças mesmo já tendo começado as festividades da padroeira, Nossa Senhora de Lourdes. “A gente fez o tríduo nestes três dias em preparação para essa linda festa, muito esperada. É muito bom estar aqui participando ao vivo. É um privilégio!”, afirmou Maria das Dores da Silva Almeida.

Dentre as milhares de pessoas presentes, participaram da Ação de Graças diversas autoridades das cidades que compõem a Arquidiocese. Juraci Scheffer foi uma delas. O vereador de Juiz de Fora reconheceu a importância do momento e desta Igreja Particular. “É dia para ficar marcado para a história, é o momento único, o momento dessa nossa arquidiocese, que ela é grande, além de tudo, é formadora. Aqui nós temos o Seminário Santo Antônio, e daqui saíram muitos bispos, a arcebispos, e, certamente, nós teremos muitos nomes ainda a dar para a nossa Igreja, não só do Brasil, mas do mundo”, declarou.

Avaliação do pastor e próximo passos

“Durante 100 anos a Igreja evangelizou aqui e não poderíamos deixar de agradecer a Deus e expressar nossa gratidão a esta multidão de pessoas que nós não vemos com nossos olhos, mas sentimos no coração”, afirmou o grande incentivador de todo jubileu, Dom Gil Antônio.

Ele destacou que celebrar o centenário não se trata apenas de olhar para o passado, mas também começar a cuidar do futuro. “A festa nos alimenta, nos encoraja para prosseguir e progredir no caminho em direção ao Banquete da eternidade, na construção de um mundo cada vez mais humano, mais fraterno, mais pacífico, mais parecido com os planos de Deus”, disse ele durante a homilia.

Em entrevista, o Pastor mostrou-se satisfeito com o realizado, com a participação dos fiéis, inclusive durante todo o tríduo. “A participação foi maravilhosa. Essa multidão, que a gente nem esperava tanta gente, como que abraça Jesus Cristo para agradecer os 100 anos de história”.

Ele recordou que as comemorações não vão parar. Não vamos celebrar só hoje. Estamos no Ano Eucarístico, que começou quinta-feira, dia 1º de fevereiro, vai até 1º fevereiro do ano que vem. Vamos ter Congresso Eucarístico, Jornada Jovem Eucarística, vamos ter o Santuário da Eucaristia e muitas atividades nas paróquias e comunidades”, afirmou ele animado para continuar a jornada rumo ao segundo centenário.

Histórico

A Diocese de Juiz de Fora foi idealizada por Dom Silvério Gomes Pimenta, primeiro Arcebispo de Mariana (MG), e concretizada pelo seu sucessor, Dom Helvécio Gomes de Oliveira. A Diocese de Juiz de Fora foi criada com a Bula Pontifícia “Ad Sacrosancti Apostolatus Officium”, do Papa Pio XI, em 1º de fevereiro de 1924, e teve Dom Justino José de Santana como primeiro Bispo.

Dom Geraldo Maria de Morais Penido, nomeado bispo coadjutor em 30 de novembro de 1957, sucedeu imediatamente Dom Justino. Mais tarde, com a elevação da Igreja de Juiz de Fora para a condição de Arquidiocese, em 1962, Dom Geraldo tornou‐se o primeiro Arcebispo.

Depois dele, ocuparam a função de Arcebispo: Dom Juvenal Roriz, de agosto de 1978 a fevereiro de 1990; Dom Clóvis Frainer, de agosto de 1991 a novembro de 2001; Dom Eurico dos Santos Veloso, entre fevereiro de 2002 e janeiro de 2009; e Dom Gil Antônio Moreira, empossado em 28 de março de 2009 e que completará, em 2024, 15 anos ministério episcopal na Igreja juiz-forana.

Assessoria de Comunicação/Imprensa Arquidiocese de Juiz de Fora

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