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4º Domingo do Advento | 22/12/2024

1ª LEITURA – Mq  5,1-4a

O profeta Miquéias é contemporâneo do profeta Isaías. A situação política era de corrupção dos líderes; a situação religiosa se caracterizava pela idolatria e, socialmente, a pobreza aumentava. Além de tudo isso, ainda havia uma ameaça de invasão às portas de Jerusalém. Mas é provável que este oráculo seja um acréscimo posterior ao profeta. É um oráculo essencialmente voltado para o Messias que deveria chegar. Ele traz as marcas da pregação do futuro Messias com a inversão de valores estabelecidos, mostrando que a salvação vem dos pequenos, vem do povo das periferias, não dos grandes centros da capital. O chefe de Israel virá da humilde Belém, não da orgulhosa Jerusalém. Belém é a cidade de Davi, rei-pastor. Isto significa que o chefe de Israel não terá as características dos antigos opressores do povo, mas será um rei pastor que dará a vida por suas ovelhas. O v. 2º faz alusão ao oráculo messiânico de Is 7,14, onde diz que uma jovem conceberá e dará à luz um filho e seu nome será Emanuel – Deus conosco. Alude também ao retorno do povo que estava exilado na Babilônia. Tudo isto aponta para tempos novos para o povo de Deus. Quais são, em síntese, as características desse novo governo e desse novo rei?

  • Ele não vai governar com a força opressora dos exércitos, nem através de mentira e falsidade, mas com a força do Senhor, com a majestade de seu nome.
  • Será um governo tranquilo e seguro, pois estenderá seu poder até às extremidades da terra.
  • Ele próprio será a paz (shalom). Este shalom significa tudo o que o povo precisa: segurança, tranquilidade e plenitude de vida.
  • Tudo aponta para o novo rei-messias, que se realiza na pessoa de Jesus.

2ª LEITURA – Hb 10,5-10

O trecho retorna à ideia central da carta aos hebreus que é apresentar Jesus como único mediador entre Deus e os homens. Através do seu sacrifício ele supera a instituição cultual do Primeiro Testamento, supera e substitui todos os sacrifícios, supera e substitui a instituição sacerdotal. Ele se torna sacrifício, altar e cordeiro. É o único sacerdote mediador entre Deus e os homens. Qual a novidade do trecho de hoje? Ele mostra a novidade do único sacrifício de Jesus. Os sacrifícios antigos não agradavam a Deus e não eram capazes de perdoar os pecados do povo. Por isso, Deus dá um corpo para o sacrifício de expiação dos pecados. O autor cita o Sl 40 (39),6-8 onde o salmista louva a Deus pelas suas intervenções libertadoras e agradece não através de sacrifícios, que não agradam a Deus, mas através da disponibilidade total para fazer a sua vontade: “aqui estou, Senhor, para fazer a tua vontade”. É isto que acontece com Jesus. Ele superou totalmente a lei suprimindo o primeiro culto baseado em prescrições legais e estabelecendo o segundo culto fundamentado na gratuidade da sua doação total. Eis-me aqui para fazer a tua vontade. Realizando a vontade do Pai, Jesus nos santifica através de seu sacrifício na cruz realizado de uma vez por todas.

EVANGELHO – Lc 1,39-45

Estamos no chamado “Evangelho da infância”, que ocupa os dois primeiros capítulos do Evangelho de Lucas. A intenção não é histórica, mas teológica. Nosso texto fala da visita de Maria a Isabel.

Cheia de Deus, Maria se apressa a servir os necessitados, nesse caso, sua parenta Isabel, que estava grávida de seis meses. Esta caridade, que o Espírito de Deus-amor provoca em Maria, agita a criança no seio de Isabel e de novo o Espírito Santo entra em ação e produz em Isabel revelações maravilhosas sobre Maria. Isabel afirma que Maria é a mãe de Deus (“mãe do meu Senhor”). Parece ser o Espírito Santo responsável por estes encontros de amor. No fundo, temos o encontro de duas mães agraciadas por Deus: Maria “mãe virgem” e Isabel “mãe estéril”. Temos também o encontro velado de dois filhos benditos: o Precursor – João Batista e o Salvador – Jesus. As palavras inspiradas de Maria são tão bonitas que a Igreja as ajuntou às do anjo Gabriel e compôs a Ave Maria, para que todas as gerações, ao menos de católicos, pudessem louvar Maria (cf. 48b). Maria é louvável por ser Mãe de Nosso Senhor e, sobretudo, porque acreditou que todas estas maravilhas, que Deus prometeu, vão acontecer.

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